Sorri
E é como o sol
A romper
Silencioso
A euforia
Dos dias
A pele
Morena
Acalenta
A lua
E minhas tetas
Me alcança
Com seus
Braços
Me estico viável
Incansável
Tá tudo aceso em mim! "Estamos no reino da palavra, e tudo que aqui sopra é verbo"
14.8.10
ESTRANHAS
Estranhas
Criaturas
Que se reconheceram
À meia luz
Da lua
Quando o sol surgiu
Permanaceram
Estranhas
E no clarão
Dos olhos
Estranhas
Se viram
Espelho
Raios nas entranhas
De tanta estranheza:
Siamesas
Criaturas
Que se reconheceram
À meia luz
Da lua
Quando o sol surgiu
Permanaceram
Estranhas
E no clarão
Dos olhos
Estranhas
Se viram
Espelho
Raios nas entranhas
De tanta estranheza:
Siamesas
NUDEZ
Corpos
Brindam
Com suor
O encontro
Simples
Como essa poesia
Que me despe
Corada
No sexo
Das entrelinhas
Tudo
Menos mudez
Grito mãos
Falo olhos
Sussurro letras
Coito
Poemas
Brindam
Com suor
O encontro
Simples
Como essa poesia
Que me despe
Corada
No sexo
Das entrelinhas
Tudo
Menos mudez
Grito mãos
Falo olhos
Sussurro letras
Coito
Poemas
ANDARILHA
só
me resta
arrumar
a mochila
e mudar
de você
em versos
curtos
sumo
sem destino
na interrogação
me encontro
nua
e minha crueza
tem sabor
amargo
é o sol
após chuva
que alivia
castiga
o tempo
ausente
de segundos
no coração
vagabundo
me resta
arrumar
a mochila
e mudar
de você
em versos
curtos
sumo
sem destino
na interrogação
me encontro
nua
e minha crueza
tem sabor
amargo
é o sol
após chuva
que alivia
castiga
o tempo
ausente
de segundos
no coração
vagabundo
13.8.10
MANDINGA
12.8.10
11.8.10
VIDA
De sopro
A sopro
Assopra
A sopa
Esse caldo
Ora espesso
Ora ralo
Que desce
Entala
Na goela
De brisa
A ventania
Sacode
Ventanas
Essas garras
Vezes secas
Vezes molhadas
Que grudam
Escorregam
Nas mãos
E a chama oscila
A sopro
Assopra
A sopa
Esse caldo
Ora espesso
Ora ralo
Que desce
Entala
Na goela
De brisa
A ventania
Sacode
Ventanas
Essas garras
Vezes secas
Vezes molhadas
Que grudam
Escorregam
Nas mãos
E a chama oscila
10.8.10
AMÉM
Oh,
Pequei senhor!
Cometi
Tudo
Livremente
Difamado
Com unhas
Dentes
E espasmos
Foste tu
Ou os homens
A inventar
Regras?
Quanta blasfêmia!
Nem sei tua cara
Ou se posso ter-te
Coroa
Pequei
Com elegante
Auxílio
Dos Deuses
Meninos
Assim conquistei
Mundos
E meninas
Meu céu
Nunca perdeu
A exuberância,
Não fui castigada
Em cruz
Cruzes!
Quiseram
Que eu dançasse
Em fogueira
Mas as fagulhas
Que ejaculei
Explodiram
Em estrelas
Pequei senhor!
Cometi
Tudo
Livremente
Difamado
Com unhas
Dentes
E espasmos
Foste tu
Ou os homens
A inventar
Regras?
Quanta blasfêmia!
Nem sei tua cara
Ou se posso ter-te
Coroa
Pequei
Com elegante
Auxílio
Dos Deuses
Meninos
Assim conquistei
Mundos
E meninas
Meu céu
Nunca perdeu
A exuberância,
Não fui castigada
Em cruz
Cruzes!
Quiseram
Que eu dançasse
Em fogueira
Mas as fagulhas
Que ejaculei
Explodiram
Em estrelas
9.8.10
URRO
Arranco
Minhas cicatrizes
Com os dedos
Os mesmos
Que acariciam
Seu nome,
O mesmo
Que escrevo
Sob minha pele
Cai no sangue
E me coagula
Sou toda apetite
Da boca para fora
Por dentro
Fome
Urro
Minhas cicatrizes
Com os dedos
Os mesmos
Que acariciam
Seu nome,
O mesmo
Que escrevo
Sob minha pele
Cai no sangue
E me coagula
Sou toda apetite
Da boca para fora
Por dentro
Fome
Urro
CORUJINHA
Nos olhos
Enquanto
Me aproximava
De seu assustar
Urbano
Foi como pousar
Em meu coração
Com garras
Quentes
Em noites
De frio
Mais um passo
Eu dava
Mais me encarava
Presa
Indefesa
Na selva
De pedra
Quis recostada
Em meu peito
A ouvir
O silêncio
Do vento
Outro passo
Outro olhar
Um voo
Já não havia
Silêncio
Só vento
Eco
Em meu peito
Vazio
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