9.10.10

PARTICULA(R)

E era tanta cola na fogueira
Que as achas voltavam a ser árvore

Crepitavam oxigênio
No instante exato de purificação

Pela testa escorria
Pelas pernas euforia

E era tanto, tanto
Que o redor desmoronava
Intacto

7.10.10

DO CÉU

Lá vem a chuva!

Grita o céu
Com seus pulmões
Inflados
Por segurar
O fôlego

Vez em quando
Tosse
Na cabeça
De quem passa
E apressa
O passo

Árvores dançam folhas
Gotas
Verdes

E qualquer calha
Vem a calhar
Como vento
Em asas
De pássaros

4.10.10

CLARÃO

Vontade de ir a uma exposição
E ver o tempo parar
Em seus movimentos
Milimetricamente
Desconexos

Ir
Sem medo
Ao desconhecido
Das cores

Entender
O que não se explica
Confundir-me
Em razão
E perder-me
Lunática

Me encontrar

Num cumprimento
Olhar-me nos olhos

Piscar
Num segundo
E me expor
Na ação
Descontínua
Do caos

Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós!

Se o fundamentalismo conduz ao erro é previsível ser testemunha da febre vermelha que assola o país. Não tenho partido e tampouco me prostituo por cargos comissionados. Sou a favor da voz da igualdade num jogo político tão de$igual. O facciosismo nesses tempos eleitorais fez com que eu me vestisse de descrença. Os valores foram todos escoados pelo ralo. Antes de defender a candidata 'preferida' à presidência e fazer valer suas propostas, seus eleitores mais preocuparam-se em atacar os oponentes com declarações explícitas de pequenez. Muito me admira ver 'pai de família' exercer a infantilidade egóica de dar chiliques em redes sociais sem perceber que, nesse instante, está cuspindo pra longe o respeito a liberdade de expressão. Como se fazer ouvir se não sabe escutar? Como se existisse uma verdade absoluta! Onde está a democracia?
Dona D. é isenta de qualquer defeito, desconfio nem ter celulites tamanha idoneidade. A melhor em todos os debates, disparada a melhor! Galopa como puro sangue molusco. Aiou Silva!
A cidade está imunda e a ladainha continua por mais um mês. Nunca desconfiem do poder da oração, foi ela que trouxe o descabido 2º tempo. De nada adiantou tantos megafones cantando vitória. Já não se tem Nostradamus como antigamente.
E vi tanto policiamento em frente ao palco armado para comemorar o 'campari' (enquanto as satélites sofrem por falta de segurança), vi tanto confete (e nem é carnaval), ouvi tantos planos individuais (quando se deveria pensar no coletivo)... E NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS tantos rabinhos foram enfiados entre as pernas. E a onda do Mar vai ser suplício para Iemanjá!