7.6.07

UM CARDUME


um caleidoscópio
de peixes
cardume
me navega

recortes fragmentados
de espelhos sem face
onde me vejo

caixas
para me esconder
dentro
do som de uma gaita noturna

e o brilho laminado
cor de rosa
da minha língua
umedece
o sal
que espanta
a solidão

6.6.07

UM AZUL


A cadeira
Era de balanço
Sempre apontada
Para as ondas
Que saltavam
As redes
Que saltavam
Os sonhos
(Tintos de vinho)

Ela
Catava uma concha
E ouvia
O barulho infinito
Do mar

(Como ele foi parar ali dentro?)

Perguntou ao vento
No instante
Em que a lua
Rodou gigante

4.6.07

UMA OUTRA CONFUSÃO

obs: outra obra cedida pelo amigo e artista mário jr.
http://www.fotolog.com/mario_quemario


Minhas criaturas
Rodopiam
Nas pontas dos dedos

Me escapam
Me perco em mim

Quantas sou
Se sou prisma?

Elas, as criaturas,
São adeptas
A manipulação:
Jogo múltiplo
De ases nas mangas
Pés no tatame
Água no espelho

Suor dentro
Do fundo
Dos olhos


Minhas criaturas
Descansam
No centro do coração

Me espiam
Me encontro em mim

Quantas sou
Se sou chapa maciça?

Elas, as criaturas,
São usuárias
Da emoção:
Partida única
De cartas na mesa
Balanço em rede
Risos no lago

Sol fora
Do raso
Da mão

UMA CONFUSÃO



Minhas criaturas Minhas criaturas
Rodopiam Descansam
Nas pontas dos dedos No centro do coração

Me escapam Me espiam
Me perco em mim Me encontro em mim

Quantas sou Quantas sou
Se sou prisma? Se sou chapa maciça?

Elas, as criaturas, Elas, as criaturas,
São adeptas São usuárias
A manipulação: Da emoção:
Jogo múltiplo Partida única
De ases nas mangas De cartas na mesa
Pés no tatame Balanço em rede
Água no espelho Risos no lago

Suor dentro Sol fora
Do fundo Do raso
Dos olhos Da mão


* com o ilustrativo talento do companheiro mário jr. http://www.fotolog.com/mario_quemario



UM EU

Sou palavras
Pelos poros
Elas ganham o mundo
O meu
Sou do mundo
Dos poros das palavras
As minhas
Sou poros
a suar mundos de palavras