Sequestraram o tempo
De nossas próprias mãos
Arrancaram-nos
Sem que percebêssemos
Pois estávamos distraídos
Com o banal
Que suja as pontas
Dos dedos
O tempo passou
E passa
Quando acreditamos
Em sua inércia
Somos títeres
De deuses
Invisíveis
Que duelam
Com fantasmas,
Somos marionetes
À mercê
De uma mercedes
Conversível
Da sorte
Dos dados
Dos passos
Apressados
Estamos atrasados
Lá fora o sol
Urge
Quando engavetamos a lua
Nós engravatados
Com pés
Sobre gravetos
Frágeis:
Metáfora cotidiana
Sob as unhas
O lodo do dia
O casco do trote
Nenhuma euforia
Sob as unhas
Eu dormia
E o tempo corria
Em pesadelo
Arrastando
O fulgor
Que deveria ser natural
Dos olhos
3 comentários:
Anna, gostei muito.
"...marionetes
À mercê
De uma mercedes
Conversível..."
O máximo isso! Adoro esses achados.
Bom dedicar um tempo a leitura dos teus textos.
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