2.9.10

ATEMPORAL

Num dia
De clarão
A lembrança
Causará
Cegueira

E abrirá cicatriz

Do sangue:
Jorros
De açúcar
A tornar o instante
Encorpado

Coágulos
De vontades
Interrompidas

Que plantaram
No solo
Da pele
Uma esperança
Em coma

A sanguessuga
Aventura
Da vida
Prossegue
Post Mortem

Em escalas
De cinza

É quando os olhos
Ardem
O esforço
De ver

E a lágrima
Derradeira
Cairá
Num dia
De clarão

Enquanto da lembrança
O coração
Será cego

2 comentários:

carmen silvia presotto disse...

Quando os olhos ardem pelo esforço de ver, a saudade será lembrança...

Um beijo Anna, teus poemas são clarões de alma.

Carmen Silvia Presotto

s a u l o t a v e i r a disse...

Lindo, lindo, lindo. Concordo com a Carmen, "poemas são clarões de alma." A tua alma reluz, ilumina, troveja, relampeja...

Beijos.