23.10.09

ESCALA


Os dedos
Deslizavam

Pelas teclas

Do computador

Como em um piano que ressoa
Pela sala
Pela casa
Pela rua
Pelo bairro

Os dedos escreviam
Palavras
Como notas
Musicais
E a canção era o silêncio
Pela cidade
Pelo país
Pelo universo

Pelo corpo

Habitado por letras
E palavras
E orações

E nenhuma reza era capaz de salvá-la
Desse mundo
Ela queria se perder no quente
Do pulso

Um comentário:

Lídia Benjamim disse...

Conto-te um segredo: para mim, não há nada mais charmoso que escrever poemas em um caderno, no canto do livro.
Mas aquilo que se torna público (vide blog) é sempre feito no "tocar" teclas.

A tecla é meu lapis pós-moderno.
A tela é minha folha pós-moderna.

Mas minhas linhas são por horas românticas.
Nada modernas.
Pode ser démodé, antiquadas.
Mas quem disse que poetar não é?
E quem disse que não o é por ser sempre contemporâneo.
O amor é sempre tema para canção, para linhas .
É sempre atual e antigo.
Amantes são os poetas.
Ainda que não sejamos nós, na vida.

Ah, devaneios...

Beijos cálidos!