17.10.10

SUSPENSÃO

O silêncio
Lamenta
Em algum canto
Sob uma luz
Fraca
E amarela
Enquanto
O soro
Lento
Pinga

Farrapos
De vida
E uma barata corre

Percorre o ferro
Fosco
E desgastado
Que descasca feridas

O sangue ora jorra
Ora seca
Mas todas as manhãs
Os pássaros cantam

5 comentários:

carmen silvia presotto disse...

E que nunca finde o canto dos pássaros!!

Um beijo Anna, estou retornando de viagem e quem bom entrar aqui para te ler.

Um beijo amigo

Pérola Anjos disse...

O canto dos pássaros, o lado ameno da dor.

Beijo doce!

Rob Novak disse...

Durante o sofrimento de um, a cantoria de outro. A vida é contraste antes e depois de revelada.

Muito bom :)

Bjo

VELOSO disse...

O importante é que os pássaros continuam cantando!

Lua Nova disse...

Sentir a vida suspensa, numa dimensão desconhecida, como se não fossemos mais nós mesmos e o mundo que nos rodeia também já não fosse como o conhecíamos, é um desafio e tanto. Compreendo-o bem. Tive minha vida paralizada por um ano e meio por um acidente. Mas, como costumo dizer, é da natureza o renascer cotidiano.
Uma poesia sentida, perfeita, forte.
Beijokas.