21.6.08

ACORDO


Travaram, por um dia, o pacto de silêncio corporal: nenhuma palavra, nenhum olhar, nenhum sorriso. Só o grito abafado da distância que relutava em ser necessária nos dias frios de outono, nos dias de faxina quando se busca aquela individualidade que ficou no andar de baixo. Se a vida fosse filme, nesse instante, perceberíamos ao abrir da lente, um só cenário (esse que derruba a teoria do afastamento). Mas não há medida nem traçado para o espaço de um coração a outro, só é visível o buraco: um ponto, uma pinta negra pintando a pele, um incômodo. Mentira.

Arte do talentoso Mário Jr.
http://fotolog.com/mario_quemario

2 comentários:

Mônica Sarmento disse...

amo.

Lídia Benjamim disse...

Nada existe.
Então, tudo existe.

Seu texto me fez refletir algumas coisas que estavam guardadas.
Pensei estarem mortas.
Mas não.
Estavam dormindo.

Saudades loucas**