31.3.07

"EU QUE NÃO SEI QUASE NADA DO MAR DESCOBRI QUE NÃO SEI NADA DE MIM"


Vejo meu barco
Partir
Numa regata solitária

Vejo meu barco
Partir
Ao meio

Meu coração

Vejo o farol
Apagado
E a rede
Fazendo retalho
No mar

Vejo meu barco
Perdido
E as ondas
O arrastando
Para o abismo

Vejo meu barco
E ele me vê

Ele se afoga para eu viver


* confissões de uma navegante que sou

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu ouvi esta música...da Bethânia e adorei,simplesmente!! A voz é muito linda..e as batucadas do Bongô me levaram ao delírio...a parte que mais acho linda é quando ela diz..."..clara,noite rara nos levando além da rebentação..já não tenho medo de saber quem somos na escuridão..." achei poética e ao mesmo tempo forte! Acho incrível como estes poetas tem a capacidade única de exprimir sentimentos tão densos com uma leveza singular!!! O seu poema me lembrou Ismália de Alphonsus Guimaraens. Um beijo...

Anônimo disse...

Ana Carolina tem essa capacidade de mecher com a mente humana... Não só com a voz,mas principalmente com a leveza e ao mesmo tempo com palavras fortes de suas composições.