O amor dobrou a esquina
Num dia cinza
Num dia cinza
Não me preocupei
Por estar entretida
Com o mecanismo do guarda-chuva
(que não me guardou das dores
por ser turvo)
Se abriu com a chuva
Me inundei em água salgada
Secou ao sol
Tive a rosa despetalada
Ele elegante
Eu elétrica
O amor não deixou pegadas
Os dias seguiram nublados
Não me preocupei
Porque estava de óculos escuro
Fechando os olhos
Para ver a lua
Ela não percebeu minha anti-presença
(por brigar com o dragão)
Ela redonda
Eu quadrada
O amor, a chuva, eu
Fomos cúmplices
Do namoro dos astros
No rastro que se fez reto
Só uma gota de perfume
Ele diluido em água
Eu crepitando em fogo
Um comentário:
Esse é uma coisa de tudo!!!
Deus!!!
Há uma Lispector em você!!
Beijos cálidos!
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