Como qualquer objeto
Leve
Que flutua
Ao vento
Ao sopro
Ao sussurro
E pousa
Quieto
Arfante
Em superfície
À espera
À espera
À espera
Do imensurável
Tá tudo aceso em mim! "Estamos no reino da palavra, e tudo que aqui sopra é verbo"
15.10.10
12.10.10
É
É, veio morar em mim
Como onda faz com mar
Veio devagar
E cresceu,
Me tomou
Inteira
É, como luz de vela
Me acendeu
E no centro da chama
Despertei
Cílios ao vento
É, cá estou
Erguida
Ao sol
Como onda faz com mar
Veio devagar
E cresceu,
Me tomou
Inteira
É, como luz de vela
Me acendeu
E no centro da chama
Despertei
Cílios ao vento
É, cá estou
Erguida
Ao sol
CÃOPANHIA
11.10.10
LUTO
A poesia não existe em época de campanha.
A poesia chora sangue pelos filhos teus que a negam desavergonhadamente.
A poesia entra em coma e o pau come.
A poesia clama paz e o povo silencia em guerra.
A poesia desconhece poetas. Poetas?
A poesia é andarilha e faz questão de fugir do caos
Do cais
Dos ais.
A poesia não espera.
A poesia é festa
Em época de lamentação.
A poesia é a feliz contramão.
A poesia me salva
Me samba
Me lambe
Me guia
Nessa época de escuridão.
A poesia chora sangue pelos filhos teus que a negam desavergonhadamente.
A poesia entra em coma e o pau come.
A poesia clama paz e o povo silencia em guerra.
A poesia desconhece poetas. Poetas?
A poesia é andarilha e faz questão de fugir do caos
Do cais
Dos ais.
A poesia não espera.
A poesia é festa
Em época de lamentação.
A poesia é a feliz contramão.
A poesia me salva
Me samba
Me lambe
Me guia
Nessa época de escuridão.
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