Via-se a seca
Através
Dos olhos do famigerado
Daquelas bandas
Memória retorcida
De galhos que trazia
(de outras paragens)
Na cacunda
Exposta aos carcarás
Via-se a seca
No lombo do bicho
Que lhe servira um dia
Agora
Cama solta sob o sol
Via-se a seca
Nas gotas de sangue
Da fome
Que lustrava a moringa
Via-se a seca
No chão
Que já não havia inteiro,
Nas rugas
Nas rugas
Que já não cabiam no rosto,
No alaranjado céu
Que planava
Entre o tempo e o esquecimento
Que era a lei
Daquele lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário